sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Eternal Sorrow - Doom Metal de Curitiba




A banda Eternal Sorrow Surgiu em 1994 com a proposta de desenvolver um Doom Metal pesado e agressivo.
Lançado em 1995 o Demo Tape "The Sadness 'Elevation", com uma Introdução e duas músicas (Eternal Sorrow e Lonely Sufferance). Após o lançamento dos álbuns "The Way of Regret - 1998" e "Legacy - 2003" O Eternal Sorrow divulga o seu mais recente trabalho lançado em agosto de 2015, trata-se do 3° álbum de estúdio intitulado 'The House'.

OPDM - Contem para nós um pouquinho sobre a banda, quem deu início ás atividades da banda e como foram as tomadas de decisões que levaram a Eternal Sorrow a ser a banda que é hoje?

Mauricio: O ETERNAL SORROW foi criado em maio de 1994 com a proposta de fazer um som pesado e lento, pois na época haviam poucas bandas nesse estilo no Brasil. 
Com a primeira formação fundada começaram as composições, e como cada integrante tinha uma influência diferente o som foi ficando com uma identidade própria. Com o passar dos anos e mudanças de formação as músicas foram se lapidando, mas nunca perdendo a 'cara da banda'. Hoje acredito que temos uma musicalidade bem própria e sempre buscando melhorar.  

OPDM – Ultimamente essa pergunta não pode faltar em qualquer entrevista que façamos. Como é levantar a bandeira da música autoral no Brasil, no estilo Doom Metal especialmente?

Fernando:  No mundo todo o cenário para música autoral não é fácil, mas no Brasil é ainda mais difícil pois grande parte do público não se interessa por músicas novas feitas no país (também culpa do número excessivo de bandas, muitas de qualidade duvidosa), além de ficarem contentes apenas em ouvir os velhos 'medalhões' e comparecer a shows de bandas 'covers'. 
Financeiramente também não há investimento pior, pois ele é alto e não há retorno. CDs não são mais vendidos e cachês no país são praticamente inexistentes. O que resta é uma grande teimosia de nossa parte e uma paixão pela criação artística, que é ao mesmo tempo um prazer e uma maldição. Isso vale para o Doom Metal e qualquer outra forma de arte underground feita no país, incluindo teatro, artes plásticas, etc.



OPDM - Qual é a resposta do público a cada trabalho lançado?

Mauricio: Cada trabalho tem uma receptividade diferente, uns preferem um álbum e outro preferem outro, mas no geral sempre foram bem recebidos pois nosso público tem se mostrado fiel e sempre acreditando em nosso trabalho, nós só temos a agradecer a cada um deles. 

OPDM - Fale um pouco sobre cada um de vocês.

Adriano: Comecei a tocar em 1988, em uma banda de rock e blues que se chamava 'Kannalhas' que foi até o ano de 1992, depois entrei em uma banda de Black Metal chamada 'Solaletiel' que toquei até 1996. Com o fim desta, me chamaram pra tocar no ETERNAL SORROW em 1996. Nesse período tive uma passagem de quase dois anos na banda de black metal 'Amen Corner'. Atualmente minha dedicação é total e exclusiva ao ETERNAL SORROW.

Alexandre: Sou guitarrista há 18 anos participei de algumas bandas do cenário metal underground de Curitiba e sou Guitarrista no ETERNAL SORROW desde março/2016.
Também sou guitarrista em outra banda chamada DEFORMED SLUT (Death Metal).

Fernando: Eu participo de bandas de música extrema desde 1996, principalmente nas bandas Insane Devotion (que lançou álbum novo ano passado) e Nahtaivel (música eletrônica industrial). Mas já participei ou gravei com diversas outras bandas como Reverence, A Tribute to the Plague, Evilwar, Murder Rape, Necrotério, Doomsday Ceremony e parcerias em diversos outros projetos de metal e música eletrônica. Além de hoje também ser integrante das bandas ETERNAL SORROW e Great Vast Forest.

Mauricio: Eu tive algumas experiências com bandas antes do ETERNAL SORROW, umas brincadeiras aqui outras ali, mas a grande oportunidade foi quando montamos o ETERNAL SORROW e estou aqui desde maio de 1994. Pretendo ficar até não poder tocar mais rsrs.

Ricardo:  Sou nativo do interior do Paraná, por volta de 1990 comecei a escutar heavy metal e dois anos depois montei minha primeira banda. Alguns anos depois, mudei para Curitiba com propósito de estudar e trabalhar. Eu já tinha conhecimento de algumas bandas que aqui estavam em atividade e aos poucos me envolvi com o cenário underground comparecendo em alguns shows (sempre sem interesse em montar ou entrar em banda). 
Tocar com ETERNAL SORROW foi uma oportunidade em que não tinha como dizer “ NÃO" ... Quase 15 anos se passaram e aqui estou dividindo o espaço com grande amigos!!!!


OPDM - Como funciona o processo de produção da banda? Normalmente de quem são as ideias para as composições?

Alexandre: As idéias para as composições do ETERNAL SORROW são de todos. Cada um traz novas idéias para os ensaios ou uma música pronta por exemplo, para a análise em conjunto e no andamento de novos ensaios vamos aprimorando conforme outras idéias vão surgindo. 

OPDM - Quais são os planos futuros da banda?

Ricardo:  A principio, observando o ano de 2016, foi um ano de entrosamento nesta nova formação. Mesmo sendo amigos de longa data, precisávamos nos conhecer musicalmente. Fizemos duas apresentações, foram diversos ensaios semanais desde março até agora em dezembro, sempre com media de até três horas de duração. Já estamos iniciando o processo interno de composições de novas 'canções' (... hehehehe ... ), mas nossos planos para o futuro, mesmo.. é sempre manter a essência que a banda teve, ensaiar muito para tocar em alguns shows e compor um novo álbum em breve.



OPDM - Como contratar a banda para shows?

Alexandre: Através dos e-mails: eternal.sorrow.doom.metal@gmail.com / lilian.silva75@hotmail.com
E também pela página oficial no facebook do ETERNAL SORROW.

OPDM - Considerações finais.

Alexandre: Em nome do ETERNAL SORROW Agradecemos ao espaço do blog DEATH MASK, e convidamos a todos que conheçam mais do nosso trabalho através dos nossos canais




OPDM - Agradecemos a presença de vocês aqui no blog e desejamos muito sucesso na estrada!! 
Fiquem aqui com o som pesado do Eternal Sorrow!



Ficamos por aqui com mais uma matéria do nosso underground brasileiro, espero que tenham curtido essa grande banda.
Até a próxima!!

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense - RJ.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Demolition - Thrash Metal de MG




DEMOLITION é uma banda de Thrash Metal que surgiu em meados de 2014 em Governador Valadares, MG, idealizada pelo baterista Wagner Oliveira, que já teve participação e outras bandas de renome. Moldado na antiga escola, tem como influência nomes como Testament, Sadus, Kreator e Exodus.
Vamos conhecer um pouco mais da banda.

OPDM - Fala galera do Demolition, é uma satisfação tê-los aqui conosco.

OPDM - A Demolition surgiu em 2014. De lá para cá, os objetivos da banda mudaram ou não? Quais são os ideais da Demolition hoje?

Demolition - Então, desde o inicio da banda até hoje, ela se mantem com a mesma ideia e objetivo, que é fazer um som que gostamos e curtimos e fazer um protesto sobre tudo aquilo que acontece nos dias atuais, no nosso cotidiano, sem ficar buscando coisas antigas pra falar ou coisas históricas, a principio essa é nossa ideia e foco, porque achamos que tem muita coisa acontecendo ao nosso redor que ninguem fala ou bate de frente.

OPDM - Sabemos das dificuldades gerais da cena brasileira. Para vocês, como tem sido lidar com as adversidades de se ter uma banda de trabalho autoral? A banda enfrenta algum tipo de dificuldade para se manter?

Demolition - As dificuldades são muitas, se você se propõe a fazer um trabalho sério e que queira levar pra frente, que queria fazer a coisa o mais profissional possível, você vai ter gastos de diversas formas, desde uma gravação de qualidade a merch, divulgação, pessoas pra trabalhar ao lado da banda, e além disso, toda banda que está no seu inicio sofre pra se mostrar na cena não é mesmo? É sempre complicado conseguir bons festivais pra se tocar, porque as pessoas não dão muito crédito a banda por não conhecer, você tem gastos com viagem, com equipamento, e varios fatores, mas na Demolition, o bom é que todos estão na mesma vibe, querendo a mesma coisa, então por mais que tenha dificuldade, fica mais fácil lidar quando a banda está em sintonia.



OPDM - Como é o processo de composição da banda? Conte-nos um pouco sobre a sua parte criativa.

Demolition - Então, nessa parte é bem fácil, porque todos trazem ideias, riffs ou ate um sofejo, tudo a gente consegue aproveitar, após a gente selecionar o que vai se usar e o que não vai, eu entro estruturando as músicas e criando arranjos ou algo que faltar, a Thais que é vocalista, tbm traz algo de instrumental pra banda avaliar entende, todos damos ideias no instrumento do outro, na Demolition não existe aquela coisa, só quem compõe as coisas de batera sou eu e ponto, não existe isso, todos dão ideias, até mesmo modificam coisas que eu já havia criado, se ficar bom e todos agradarem fica, se não, vamos atrás do melhor, tudo que criamos a gente grava como uma pré produção, e passamos pra Thais criar as melodias vocais e letras, claro que a gente define uma ideia para cada música antes dela ser composta, a gente vê sobre o que queremos falar naquela música, dependendo do que será, a gente já sabe se vai ser mais extrema ou mais cadenciada, ou com mais arranjos quebrados, tudo depende do que vai ser falado, isso vira a alma da música pra podermos criar, e assim surgem as musicas da banda, é muito tranquilo e facil de trabalhar. 

OPDM - Vocês lançaram em abril desse ano o EP “Manipulation of Tragedy”. Falem um pouco sobre esse material, como foi o processo de gravação até a finalização do trabalho? 

Demolition - Então o EP foi um trabalho bem cansativo de fazer apesar de ser 4 faixas, devido as mudanças de formação até se chegar no time que temos hoje, quando firmamos o quarteto que não era com a Thais no vocal, era um vocalista homem, a gente finalizou as 4 músicas e fomos atrás de quem iria produzir nosso EP e onde seria gravado, sem muito escolher fomos atrás de dois profissionais que eu particularmente conheço, são meus amigos e conheço o trabalho deles, um deles e o Clerio Junior do “Estudio Radiola” daqui de Governador Valadares, que fez toda a captação do áudio da banda, ela já conhecia um pouco da banda, e sabia bem o que eu queria, como seria a pegada do EP, e foi muito bom trabalhar com ele, porque estávamos entre amigos, e ele fez uma excelente captação. Após captarmos, jogamos na mão de outro cara que também é muito nosso amigo e parceiro o produtor Albenez Carvalho, proprietário da “METAL MIX UNDERGROUND”. Ele pegou nossas músicas e fez um trampo de mixagem e masterização incrível que até pessoas amigas da banda de outros países quase não acreditaram que tivesse sido feito aqui na cidade, até porque o polo para isso fica nos grandes centros como São Paulo. Todas as resenhas sempre falaram muito bem da qualidade do trabalho e isso nos rendeu bons frutos, Albenez tbm já produziu bandas de renome na cena e atualmente e guitarrista da lendária banda de black metal “MISBELIEVER” . O trabalho deles foi exatamente o que a banda queria, tanto em timbres de guitarra, baixo, batera e voz quanto no timbre geral do EP. 


OPDM - A Demolition já passou por mudanças na formação e uma delas foi a entrada de Thaís Teixeira nos vocais. Algumas vezes é difícil para o público uma troca de vocalista, como tem sido a aceitação do público?

Demolition - Mudanças são ruins por um lado e boas por outro, ruim porque você fica apreensivo se o próximo dará conta, se os fãs da banda vão gostar e tudo mais, só que na mudança de vocalista da Demolition foi totalmente o contrário, o ex vocalista é um grande vocalista, mas desde o início da banda, pelo menos eu quando eu tinha a banda só na minha cabeça, eu queria um vocal mais extremo, mais Death, coisa mais pesada pra dar mais peso pra banda, coisa que não é tão comum nas bandas de Thrash Metal. Com a saida do Ex vocalista, a Thais como já estava estudando técnica vocal a quase 2 anos e já conhecia a banda desde o início, convidamos para fazer um teste, e no primeiro dia a gente já oficializou a Thais na banda, pois foi exatamente o que a banda precisava na nossa visão, não sabíamos se iria agradar quem curtia a banda, mais pra nós agradou demais, com isso, o EP já havia sido prensado, e não tinha mais jeito de regravar os vocais pra sair no EP. Com isso decidimos que regravaríamos os vocais pra divulgar virtualmente, e nosso baixista teve a ideia de colocar um Qr code fixado no cd para que quem comprasse o EP, tivesse direito de baixar o mesmo EP so que com a voz da Thais, e isso foi uma sacada muito boa, galera gostou muito, porque você compraria o EP e ganharia outro virtual com a voz dela. Quando foi lançado o anúncio da entrada da Thais e uma regravação com ela, a reação do público foi a melhor possível, vieram elogios tanto do Brasil quanto de muita gente de fora do país, que já acompanhava a banda, como Europa, EUA e Rússia, e isso nos deixou muito felizes, e empolgados pra começar os shows e consequentemente compor um single pra gravarmos e lançar um vídeo clipe com a Thais, essa música já está quase pronta, é provável que esse ano gravaremos e no inicio de janeiro já lançamos e gravaremos o Vídeo clipe. Os shows tem sido cada vez mais insanos e a galera que não conhece a banda que vê o show, gosta muito e elogia bastante, isso é gratificante ainda mais após uma mudança de vocal.


OPDM - Deixem um recado para a galera.

Demolition - Queria agradecer ao “Portal Death Mask” em nome da Demolition, pela oportunidade e apoio que estão dando ao metal nacional, agradecer a todos os que apoiam a banda direta e indiretamente, aos fãs da banda e dizer que a Demolition está na ativa com os shows, com força total, quem quiser levar a banda pra fazer show é so enviar um e-mail para demolitionthrashmetal@gmail.com , quem quiser adquirir o Merch da Demolition, é so entrar em contato na Page da banda https://www.facebook.com/Demolition.thrashmetal/ e dizer que e início de 2017 tem material novo, single, Video Clipe e Full album, Valeww.

Assistam a Demolition e se inscrevam no canal do Youtube para ficarem por dentro dos lançamentos da banda:



Bem galera, chegamos ao final de mais uma matéria aqui no Portal, espero que tenham curtido. Até a próxima!!

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense - RJ.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Miasthenia - 22 anos de Metal Extremo




Miasthenia é uma banda de Extreme Pagan Metal de Brasília, formada em 1994. Tive a satisfação de falar um pouco com Susane Hécate em entrevista para o blog. Confiram!

OPDM - É uma satisfação tê-la aqui conosco. Conte-nos um pouco sobre o início início de tudo em 1994. Na época, vocês acreditavam chegar tão longe e manter a banda durante tantos anos?

Hécate -  A banda foi formada em 1994 por mim, Vlad e Mictlantecutli. Em 1995 gravamos nossa primeira demo-ensaio “Para o encanto do Sabbat” onde eu toco guitarra e faço backing vocals. Em 1996 gravamos a primeira demo “Faund – Trágica Música Noturno”, lançada em um Split CD pela Evil Horde record em 1998. Nessa demo eu toco baixo, teclado e canto também. Nosso primeiro álbum “XVI”, lançado pela Somber Music, veio em 2000 com a entrada de Thormianak nas guitarras, na saída de Vlad, e inserção de Mist no contra-baixo. Com essa formação gravamos em 2004 o álbum “Batalha Ritual”. Em 2008 gravamos o “Supremacina Ancestral”, com a presença de Hamon (Mythological Cold Towers). Estes dois álbuns foram lançados também pela Somber Music. Em 2012 a banda virou um trio, formada por mim, Thormianak e V. Digger na bateria, e com essa formação gravamos em 2014 o “Legados do Inframundo” e este ano (2016) o nosso mais novo álbum “Antípodas” que será lançando em 2017. Com certeza não esperávamos que a banda fosse tão longe em relação ao tempo de sua existência, mas o Miasthenia nunca parou, mesmo tendo momentos difíceis, de pouca produção e mudanças de formação, a banda sempre existiu e continuou, porque acima de tudo precisamos disso, gostamos do que fazemos. Não sei se chegamos tão longe em termos de repercussão na cena Metal, mas estamos satisfeitos, até porque temos que dividir a banda com nossas carreiras profissionais.

OPDM - Como era a cena dessa época? Em 1994, quais eram as vantagens e desvantagens de se ter uma banda, em relação a hoje?

Hécate - O Black Metal no Brasil tinha como maior representante o Sarcófago. Curtíamos bandas como Venom e outras de Death Black metal como Samael e Rotting Christ. Em Brasília erámos bem diferentes, ainda mais compondo letras em português e abordando temas de paganismo antigo. A maioria das bandas, de nosso amigos, era de Death Metal. Shows eram e sempre foram raros. Nos anos 1990 pra tocar num show a gente tinha que fazer tudo, procurar local, buscar patrocínio, fazer cartaz, divulgar, se envolver totalmente na produção, o que dava muito trabalho. Ainda bem que erámos mais jovens e tínhamos tempo para isso. Hoje a situação é um pouco melhor, mas ainda não ideal, se queremos um show de qualidade nós ainda temos que nos envolver na produção e para isso não temos tempo. Mas na última década conseguimos fazer vários e bons shows pelo Brasil, com o apoio mesmo da cena e produtores locais, então isso já é um avanço. Vantagens e desvantagens sempre há, dependendo dos objetivos da banda. As dificuldades nos aborrecem bastante nesse percurso, por isso fazemos poucos shows, mas continuamos na ativa, porque gostamos muito do que fazemos.



OPDM - Como é fazer Pagan Black Metal no Brasil hoje diante das dificuldades que a cena metálica vem enfrentando?

Hécate - Nós do Miasthenia temos grande orgulho em compor e tocar nesse estilo de metal, é o que nos move. As dificuldades não são maiores nesse momento, no passado foi bem pior, então não vejo essa crise na cena em termos de dificuldades, porque hoje muitas bandas tem oportunidade de gravar um bom álbum e fazer grandes turnês no Brasil e até na Europa, algo extremamente difícil nos anos noventa. Hoje vc precisa se destacar mais para conquistar público e espaços de shows com qualidade.

OPDM - Vocês tem diversos registros de estúdio e também ao vivo. Como é para vocês o período de gravações?

Hécate - É o período que eu particularmente mais gosto. Este ano estivemos envolvidos nesse processo de gravação, mixagem e produção de encarte do álbum. Foi estressante, tenso e também prazeroso, porque sempre idealizamos o melhor. Esse processo de criação é o que nos faz crescer e nos dá mais orgulho, porque é quando conseguimos expressar em termos sonoros nossas ideias, é mágico!



OPDM - Seus álbuns contém temáticas históricas como por exemplo, “Legados do Inframundo” que se inspira na cosmologia mítica dos antigos Mayas, sobre a morte e o inframundo (Xibalba). Como funciona o processo de composição da Miasthenia e quanto tempo de estudo geralmente exige um trabalho como esse?

Hécate - Inicialmente eu e Thormianak estudamos e discutimos a temática que vai inspirar a composição sonora, para ser produzida com inspiração. No “Legados do Inframundo” foi assim, eu fiquei quatro anos estudando as concepções de morte e inferno para os antigos mayas, li vários livros e artigos sobre o tema, e comunicava minhas interpretações para Thormianak que ai se inspirando e compondo as guitarras bases. Tenho facilidade na abordagem destes temas, porque tenho doutorado em história. Então, nesse álbum as músicas partiram inicialmente das guitarras compostas por Thormianak, diferente dos três primeiros álbuns onde a composição partia dos teclados. Depois entram na sequência , os teclados e a bateria, por último o vocal, porque eu preciso ainda me inspirar no contexto sonoro para encaixar cada frase de vocal na música, por isso nosso processo é demorado. Todos os álbuns foram conceituais, para isso todas as músicas e letras tem que ter uma conexão e encadeamento, o que torno tudo um grande desafio, o que adoramos!

OPDM - A Miasthenia vem mostrando seu grande trabalho em seus 22 anos de existência, isso é exemplo para muitos que buscam seu espaço e o reconhecimento do seu trabalho. O que vocês tem a dizer para essa galera que está começando no Metal?


Hécate - Façam se realmente gostam e se divertem com isso, senão tudo se torna um martírio e uma perda de tempo. Para persistir com uma banda de metal extremo é preciso ter um ideal muito além do simples desejo de fama, amigos e dinheiro que isso possa trazer. É preciso ter satisfação e sua melhor dedicação no processo de criação (gravação) e expressão (shows), para que tudo isso possa realmente ter sentido, especialmente pra você. Não espere tanto dos outros, não desista por isso, porque o que fazemos é arte, e a arte é fruto de sua mente e sentimentos, em primeiro lugar tem que lhe dar prazer e orgulho, como parte importante de sua existência humana. Se fizer assim, os outros vão te olhar diferente e se emocionar. Emocionar o mundo é a nossa grande motivação!!!! Força e honra sempre!!!! 



OPDM - Agradeço imensamente ao Miasthenia pela participação através de Susane Hécate aqui no blog, contando um pouco de sua experiência para nós, vida longa ao Miasthenia!

Para acompanhar mais de perto esse trabalho primoroso, acessem:

Vejo vocês na próxima matéria!! Até breve!!

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense - RJ.




sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Aneurose - Thrash Metal de MG


Aneurose é uma banda de Thrash Metal mineira, formada em 2002.
Com o objetivo de superar a excelente repercussão do disco “From Hell”, a Aneurose comemora 14 anos de história metendo o pé na porta com o lançamento do seu novo álbum, “Juggernaut”. Sem se limitar a rótulos ou pré-conceitos, a banda apresenta músicas que carregam a essência de cada músico que a integra, transmitindo toda energia e força do metal feito em Minas Gerais.
Após percorrer o Brasil com a “Tour From Hell”, o grupo reconhecido por seus shows explosivos, inicia agora a turnê de divulgação do novo CD, agendando datas por todo país, e em 2017 chega também à Europa.
O debut álbum “From Hell“ apresentou a Aneurose ao Brasil, mas “Juggernaut” vem para consolidar a banda mineira no cenário do metal mundial.
Vamos falar um pouco com a galera da banda.
OPDM - Olá Aneurose, é uma satisfação tê-los por aqui. Conte-nos um pouco sobre seu início em 2002. Alguma coisa mudou de lá pra cá?
Wall: Hey! É sempre um prazer poder falar um pouco da nossa história, principalmente se tratando de um canal tão legal quanto o Portal Death Mask. Bom, a Aneurose surgiu por uma grande coincidência, eu havia me mudando para Lavras e estava tentando montar uma banda. Em um show de rock convidei um baterista para o projeto, e o cara já tinha uma banda praticamente pronta, faltando apenas o vocalista (Risos). A partir daí começamos a ensaiar e compor, fizemos vários shows e gravamos algumas demos. Naquela época a média de idade da banda era de 16 anos, então logicamente muita coisa mudou, a galera amadureceu, mudamos de formação, um processo normal para uma banda nova. Em 2011 a coisa engrenou, reestruturamos tudo e começamos a compor o debut. O “From Hell” foi nossa primeira experiência em estúdio e também nosso primeiro trabalho profissional. Tocamos pelo sul, sudeste e nordeste do país com a Tour From Hell, foi muito bom, aprendemos muita coisa com a estrada. Hoje estamos lançando o “Juggernaut” e esse álbum está dando muito orgulho pra gente.


OPDM -Vocês lançaram recentemente o álbum “Juggernaut” e o material já está sendo distribuído pelas principais mídias. Como está repercutindo?
Wall: Realmente o “Juggernaut” está nos surpreendendo. As críticas e resenhas que estão saindo estão elogiando muito o trabalho, e a galera sempre aponta uma música diferente como sua faixa favorita. O disco está no Spotify, Deezer, Itunes, entre outras redes de streaming, e isso nos aproximou do mercado europeu, inclusive, algumas músicas já estrearam numa rádio de Portugal.


OPDM - Como é a cena da Minas Gerais da atualidade? Vocês tem uma resposta satisfatória do público da sua região?
Wall: Minas Gerais é demais! (Risos). Nosso estado é um celeiro de grupos sensacionais, não só das grandes bandas como Sepultura, Sarcófago ou Tuatha de Danann, mas também tem muita banda foda no underground. Por aqui temos alguns dos maiores festivais do país e diversos eventos menores no interior. A galera “ferve”, é mosh do início ao fim.


OPDM - O álbum “From Hell” de 2013 teve uma excelente resposta e agora, “Juggernaut” chega, com muita qualidade e brutalidade. Como é a Aneurose em estúdio? Como funciona o processo de composição da banda?
Wall: A gente é no estúdio como somos no dia a dia mesmo. Não nos rotulamos ou limitamos um estilo para nossa música, o que a gente faz é pegar os instrumentos e começar a compor, se o que está sendo criado nos agrada é assim que vai ficar. As vezes alguém leva uma base pronta, as vezes começamos do zero todos juntos, o que importa é que sempre seja um processo divertido.


OPDM - São 14 anos de existência, isso é exemplo para muitos que buscam por espaço. O que vocês tem a dizer para essa galera que está começando no Metal?
Wall: Música não é competição! Menos individualismo e vaidade, e mais pensamento em conjunto. Você pode viver do seu sonho mas nada cai do céu. Trabalhe duro, seja responsável, se dedique e divirta-se! Divirta-se ensaiando, compondo, tocando ou gravando. Invista na sua banda, grave um bom disco, tire fotos, faça clipes e divulgue! Valorize a cena nacional, vá a eventos mesmo quando não for tocar, compartilhe o material de outras bandas com seus amigos, compre os discos das bandas independentes. Lets Rock!
Muito obrigado a vocês pelo espaço e parabéns pelo trabalho! Quero agradecer também a todos os rockers que nos apoiam e acompanham nossa trajetória. O combustível para que a gente continue trabalhando são vocês! Valeu!



OPDM - Bom Wall, O Portal Death Mask agradece demais a participação da Aneurose aqui conosco, suas palavras para a galera que tá iniciando na cena são muito coerentes e importantes. Parabéns pelo excelente trabalho and keep thrashing!!
Para conhecerem mais de perto essa galera, só acessarem os links abaixo:

Aneurose é:
Wallace Almeida – Vocal
Sávio Chaves – Guitarra
Raphael Wagner – Guitarra
Sthefano Dias – Baixo
Kiko Ciociolla – Bateria

Chegamos ao final de mais uma matéria aqui no Portal, espero que curtam e prestigiem esse mais esse som!!

Até a próxima \,,/

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense - RJ.


sexta-feira, 4 de novembro de 2016

BrightStorm - Symphonic Metal de São José dos Campos


Através da página Mulheres no Metal Brasileiro, nossa parceira aqui do blog, conhecemos a banda de Metal Sinfônico BrightStorm, uma banda com um trabalho próprio e bem coeso, firme em suas convicções e estilo. Conheça um pouco sobre a BrightStorm!



Formada em outubro de 2012 pela vocalista Naimi Stephanie na cidade de São José dos Campos/SP, a BrightStorm iniciou seu projeto com o lançamento de dois singles "Under The Moon" e "Breathing in Death", que fazem parte de seu primeiro trabalho de estúdio, o EP "Past in Flames", lançado em janeiro de 2014.


Em 2016 a banda lançou o single "Vampire" e 
recentemente o clipe da música "Walk" , ambas presentes em seu debut album entitulado "Through the Gates", com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2017.
Amantes do Symphonic e Gothic Metal, fiquem ligados nesse lançamento! Confira a capa abaixo:



A banda BrightStorm é:

Naimi Stephanie (Vocal)
Odair Salles (Drums)
Will Lopes (Guitar) 
Allan Silveira (bass)



Para acompanhar seu trabalho, acesse:

facebook.com/BrightstormOfficial

youtube.com/user/BrightStormband


Mais uma matéria realizada, mai uma banda do nosso underground para apreciarmos.
Até a próxima bangers!

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense - RJ.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Banda Gente - Rock'n Roll inovador e intenso


A Banda Gente aconteceu em 2011 após um ano de reuniões com amigos, que entre uma música e outra, debatiam as inquietações humanas, nesse clima surgiram as primeiras composições. A banda levou cerca de um ano pra começar a fazer shows, pois ainda não possuíam nenhum instrumento para construir sua sonoridade.
Ao longo desses anos já se apresentou em diversos Centros Culturais como Donana (Belford Roxo-RJ) e Conexão da Artes (Anchieta-RJ), Lonas e Arenas Culturais, Sarais Poéticos como Sarau V, Caldo de Cultura e Sarau do Escritório, Festivais como Semana do Rock em Mesquita e diversos points do rock underground Carioca. 



Em fevereiro de 2015 a banda lançou seu primeiro EP intitulado “O Rock está no Ar” que apresenta ao público um rock versátil e criativo com toques bem brasileiros. Desse EP algumas faixas já integraram a programação da Web Rádio Cult FM.com e de FMs como Radio Oceânica FM 105.9 (Niterói), Mirandela FM 98,7 (Nilópolis) e Rádio Roquette Pinto FM 94,1 na qual também foram convidados para tocar ao vivo no programa Zoa Som que é feito em parceria com a Rádio MEC AM. 
Em 2016 tiveram importantes vitórias como o Concurso de bandas do Programa ZoaSom que colocou o single Rede na programação tanto da Roquette Pinto FM quanto da Rádio MEC AM. E conquistou o primeiro lugar no Festival Talentos da Música Brasileira na Lona de Jacarepaguá. 


Ora sarcásticos, ora contemplativos, ora poéticos, sem sombra de dúvidas questionadores. Rock Popular Brasileiro que carrega arranjos híbridos e cheios de sotaques, guiados por uma potente voz feminina.

A banda Gente é:

Iolly Amancio
Wallace Cruz
Nico Souza
Fabio Golvah
Rick Santos

Para conhecer mais da banda Gente, clique nos links abaixo:



Assista Cólera, um dos vídeos oficiais do canal da banda Gente:


É isso galera, mais uma matéria, mais uma banda do nosso underground está ai para darmos o nosso apoio.
Obrigado a todos e até a próxima \,,/

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense.


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Homúnculo - Grindcore/Death Metal Carioca



Fala galera do Underground Brasileiro! Hoje teremos uma matéria com a banda Homúnculo, banda de Grind Core/Death Metal carioca formada em novembro de 2012. Vamos falar um pouco com essa galera.

E aí galera do Homúnculo, é uma satisfação tê-los aqui conosco.

OPDM - A Homúnculo surgiu em 2012. De lá para cá, houveram alguns registros gravados e algumas mudanças de formação. Os objetivos como banda mudaram com esse tempo ou não? Quais são os ideais do Homúnculo hoje?

Leo Miguel - Começamos a banda com o objetivo de nossas músicas e pensamentos serem ouvidos, não para sermos estrelas do underground ou uma religião. Pelo contrário, nossa mensagem fala sobre a liberdade, libertação mental e autonomia intelectual. Desde 2012 mantemos essa pegada. A mudança de baterista sempre traz uma cara nova, o Douglas Dias saiu da banda e paramos durante um tempo, então o Alex Zech ressuscitou o projeto. A entrada do baixista Eduardo Crestan também consolidou a banda. Algumas coisas mudaram mais o intuito de manteve.

OPDM - Sabemos das dificuldades gerais da cena não só do RJ, mas do Brasil como um todo. Para vocês tem sido fácil lidar com as dificuldades de se ter uma banda de trabalho autoral e independente? Qual a maior dificuldade que a banda enfrenta para se manter?

Leo Miguel - É difícil se manter uma banda no underground, ainda mais financeiramente. Não queremos ficar ricos com a banda, mas também temos um gasto para mantê-la. E esse gasto nem sempre é reposto de forma monetária. Mais eu penso que a energia vinda do palco e das pessoas que curtem nosso trampo já paga qualquer esforço. E também as coisas ficam mais fáceis porque fazemos tudo na garra. Na banda temos ótimos profissionais das gravações (Alex) das artes gráficas (Luiz), das fotos/vídeos (eu vendendo meu peixe), e da arte de dirigir bem (Eduardo). Somos total D.I.Y (Do It Yourself) e isso facilita a banda a respirar.



OPDM - Como é o processo de composição da banda? Conte-nos sobre um pouco sobre a parte criativa do Homúnculo.

Eduardo Crestan - Assim como toda banda, sendo qual gênero for, as composições falam bastante sobre quem as faz. No Homúnculo, o ponta pé inicial acontece com a criação estrutural da música, surgindo os riffs junto com idéias de batera e montando-as como uma espécie de quebra-cabeças (acontece bastante entre o Luiz e Alex). Logo após essa estrutura é apresentada a todos e assim damos seguimentos com a desenvoltura da música nos ensaios, acrescentando algumas idéias e assim por diante. O português polido das letras é do Leo Miguel (o chefe das letras), que faz muitas citações de liberdade e contestação a nossa sociedade atual. A química boa do Homúnculo é talvez nossa inspiração maior e todos nós gostamos muito de diversificados gêneros do Rock e Metal, e porque não dizer diversificados tipos de música. Coincidimos bem os pensamentos com relação as composições, e claro, com uma dose de paixão pelo o que fazemos. No final disso, todos nós aqui temos uma fatia desse resultado, assim digo que nós quatro damos a cara da banda.



OPDM - Vocês estão lançando o EP Autômatos. Falem um pouco sobre esse material, como foi o processo de gravação até a finalização do trabalho?

Alex Zech - As músicas desse EP vem sendo trabalhadas desde a volta da banda, no início do ano passado. Grande parte desse material é antigo, composto desde a época do Douglas Dias, nosso antigo batera. Demos uma nova roupagem nos sons, mantendo os elementos de Death Metal e agregamos elementos de Grindcore. Isso deixou as músicas muito mais brutais. Iniciamos as gravações em fevereiro desse ano e terminamos em junho. Exceto a batera, que foi gravado no estúdio do Rodrigo Djames, o MDCR Estúdio, todo o EP foi gravado no meu home studio, o Mach86, onde também mixei e masterizei. A arte foi desenvolvida pelo nosso guitarrista Luiz Marques, que também fechou parceria comigo para criarmos o The Grind Records, selo e distro que formamos pra lançar não só esse material, mas pra lançar outras bandas barulhentas que gostamos.



OPDM - O que vocês tem a dizer para essa galera que está começando no Metal?


Luiz Marques - Pra galera que está começando no Metal, dizemos que o mais importante é não seguir nenhum código de conduta, nenhum preceito ou padrão estabelecido pela maioria. É sempre construtivo, questionar o que tentam te empurrar e é gratificante pensar com a própria cabeça. Hoje em dia o Metal é cheio de restrições contraditórias e preconceitos que muitas vezes não fazem sentido nenhum, então criem seus próprios princípios. Se afastem do radicalismo e da intolerância ingênua. Vivam segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudiquem outras pessoas. E principalmente, quebrem tudo, quebrem as regras e se divirtam fazendo isso.


Fotos por Edna Andrade

Homúnculo é:

Leo Miguel: Voz
Luiz Fernando Marques: Guitarra
Eduardo Crestan: Baixo
Alex Zech: Bateria

Links da banda:


Assista: 
Afirmação da Existência - Live in Studio




Bom galera, mais uma entrevista feita com sucesso, mais uma excelente banda do underground está ai para conhecermos e prestigiarmos.
Obrigado a todos e até a próxima \,,/

Essa matéria foi realizada por Vivi Alves.
Vivi Alves é uma musicista e professora de canto de Duque de Caxias na Baixada Fluminense.